Tendo sido criada com base numa alimentação macrobiótica, fiquei com uma sensibilidade aos alimentos muito apurada, não é melhor nem pior, é especialmente sensível.
Lembro-me que ficava meio aborrecida na altura da adolescência, tinha mais constipações que os meus amigos e não percebia porquê, porque apesar de comer um croissant aqui e ali, algumas batatas fritas e uns gelados de vez em quando, a minha alimentação era, de longe, bem mais saudável que a da maioria das pessoas da minha idade.
À chegada dos primeiros sintomas febris a pergunta cá em casa era… “o que é que andaste a comer Marta?”. Esta pergunta irritava-me por vezes, confesso, mas eu sabia bem a resposta ao meu problema, sabia que andava a comer umas coisas por fora e o meu corpo, por estar tão bem habituado, respondia logo, descarregava imediatamente as “porcarias” que eu tinha enfiado para dentro. A asneira mais comum era (e creio ainda ser) o açúcar.
A “cura” eram dois ou três dias seguidos em casa, a comer muito pouco, com uns kuzus, umeboshis, sopa de miso, creme de arroz e pouco mais, sem necessidade de comprimidos ou hospitais, era o tempo suficiente para limpar o organismo. O meu corpo nunca deixou que as “porcarias” se acumulassem e provocassem doenças mais sérias. Comia mal, ficava doente e assim fui aprendendo com a experiência, o que é que me alimenta de corpo e alma, e com 29 anos, nunca precisei de ir ao hospital, isto por si só, já diz alguma coisa, não acham?
As crianças ingerem quantidades de açúcar absurdas hoje em dia, este facto transtorna-me. Pergunto-me se será por total falta de consciência dos pais, ou total desleixe, porque é tão mais rápido e barato comprar um bolicao e um leite com chocolate, ou um geladinho, para os calar da berraria causada pelo pastel de nata que comeram uma hora antes. É mesmo importante mudar isto, estamos a falar da saúde física e psicológica de um corpo em crescimento.
O açúcar de doce só tem o sabor, o seu reverso é bem amargo, entre os sintomas mais comuns podemos realçar estes: Dor Abdominal, Dor Artrítica, Fadiga Crónica, Depressão, Diarreias, Tonturas, Fome ou Sede Excessivas, Dores de Cabeça, Enxaquecas, Palpitações Cardíacas, Urticária, Incapacidade de Concentração, Impotência, Dores Articulares, Mudanças de Personalidade, Perda de Memória, Problemas Menstruais, Adormecimento das Extremidades, Ataques de Pânico, Fobias, Convulsões, Zumbido nos Ouvidos, Perda de Visão, Aumento de Peso.
Aqui fica um excerto de um artigo escrito pelo meu pai, uma pessoa com muita sabedoria no assunto.
“Se o açúcar é extremamente prejudicial para a saúde é ainda assim melhor (difícil de acreditar, não é?) do que os adoçantes sintéticos disponíveis no mercado. Existem muitos estudos que ligam estes produtos a problemas como o cancro da bexiga, esclerose múltipla, Alzheimer e muitos outros.
E agora, que fazer? O açúcar é prejudicial, os adoçantes são piores, será que não podemos gozar a doçura, especialmente quando a vida nalguns casos tem um sabor tão amargo?
A resposta é sim; existem muitas alternativas doces no mercado actual; em primeiro lugar, se reduzirmos o consumo de produtos animais (particularmente carne) e começarmos a comer no dia a dia hidratos de carbono complexos (presentes nos cereais, vegetais, feijões), deixamos de ter desejo por alimentos muito doces; segundo, há um bom número de opções no que toca a adoçantes naturais, que passo a citar:
Mel ou Malte de Arroz – Este xarope equilibrado, com um grande teor de maltose e de hidratos de carbono complexos, é absorvido de uma forma lenta e gradual na corrente sanguínea; tem uma doçura subtil e um sabor rico. Este xarope utiliza cevada germinada para criar um adoçante equilibrado, cujo segredo está na fermentação enzimática.
Malte de Cevada – Este adoçante é semelhante ao malte de arroz, mas o arroz é substituído por cevada e a cevada germinada transforma os amidos do cereal num adoçante complexo que é digerido gradualmente.
Fruta – Purés de fruta, manteigas ou pastas de fruta seca ou cozinhada são adoçantes excelentes uma vez que contêm menos água, o que concentra o sabor e conteúdo natural do açúcar.
Amasake – Um adoçante tradicional no Oriente, produzido a partir de diferentes cereais, geralmente arroz integral; tem uma consistência espessa e a textura de um pudim.
Os adoçantes acima mencionados, são na minha opinião os mais saudáveis e que, consequentemente devem ser utilizados com mais regularidade.
Espero que todas estas alternativas lhe agradem; não esqueça porém, que a melhor forma de obtermos doçura na vida é através de actividades que nos dêem prazer, relacionamentos (de amizade ou românticos) gratificantes e um estilo de vida em que equilibramos actividades profissionais com outras mais relaxantes.”
por Francisco Varatojo
Olá Marta, sou a Rita, não sei se te lembras de mim, mas eu acho que sim… Reparei no teu blog, no mundo do face (eheh)… cliquei e adorei, não resisti, e estive que deixar-te o meu comentario. Está puro e simplesmente delicioso. Não sou macrobiotica, nem vegeteriana, apesar da minha tia ser desde então. Sempre adorei ir de ferias e jantar na casa dela, e por isso sou fã deste tipo de alimenação. Ela ensinou-me algo, e de vez em quando ainda aventuro-me nesses caminhos para variarmos. Mas apesar de um ser ou não, a questão é a forma como cada um toca, e trata o nosso corpo através da comida, e do estilo de vida. Eu leio imensos artigos sobre alimentação, por causa da minha profissão,e porque gosto, e por isso vou adicionar o teu blog ao meu reader, para estar a par e aprender todas as novidades macrobioticas, ideias, e curiosidades… Continua, com este projecto maravilhoso…BJS* R’
Olá Rita!
Claro que me lembro de ti, não nos vimos muitas vezes, mas foi sempre com um sorriso de simpatia e de sorrisos desses eu não me esqueço!
Entretanto já dei uma espreitadela nos teus blogues e temos muitos gostos em comum, já vi que és uma fã da culinária, vou lá passar mais vezes, gostei dos sabores que vi.. obrigada pela partilha!
Muito obrigada pela força e simpatia das tuas palavras, é animador receber comentários positivos de pessoas como tu.. Cá nos encontraremos então… até*já
Obrigada e Beijinhos ♥
Eu não diria melhor, subscrevo inteiramente tudo o que escreveste.
O que entra ou sai da nossa boca é sempre a origem de quase todos os nossos problemas.
Beijinhos e boa sorte para o teu projeto que um destes dia quero conhecer aí mesmo.
Beijinhos
alcina